Doutorando
Não é possível discutir sobre o tema História da Educação se não houver bases solidificadas a respeito da compreensão do tempo como um objeto do conhecimento, uma vez que a história se caracteriza enquanto “ciência dos homens no tempo” (BLOCH, 2001, p. 55).
Avivar a palavra tempo não é uma tarefa fácil, pois sua origem se destina desde o começo do planeta enquanto tal. Mas, a reflexão nesse momento, se dará a partir do período em que o homem estabiliza suas indagações/dúvidas e cria concepções próprias com base sociais para quantificar não apenas os objetos físicos, como também, um universo cheio de fenômenos naturais e, incontestavelmente significativos, que a própria razão o qualificou enquanto foco para estabelecer a identidade humana.
Le Goff concebe que “a distinção entre passado e presente é um elemento essencial da concepção do tempo. É, pois, uma operação fundamental da consciência e da ciência histórica” (LE GOFF, 2003, p. 207). Perceber essa licitude, antes de qualquer coisa, é trazer à tona a cotidianidade das experiências que incorporam aquilo que nós conhecemos como sociedade, dessa forma, “nunca se explica plenamente um fenômeno histórico fora do estudo de seu momento” (BLOCH, 2001, p. 60).
O dicionário da língua portuguesa, de Silveira Bueno, caracteriza a palavra tempo com um amplo significado, na medida em que o autor se refere a ele como: “sucessão de dias, horas, momentos, período, época, estado atmosférico, estação ou ocasião própria, flexão verbal em que indica o momento do estado ou da ação”.
Nesse sentido, percebe-se que existem várias definições de tempo enquanto palavra, todavia, suas concepções ideológicas passam, permanecem ou ficam entrelaçadas em representações e repercussões que as políticas sociais estabelecem sobre seu entendimento na história e, que é refletida, na ciência enquanto tal.