doutor
A hematúria microscópica é um achado comum em crianças. Segundo a literatura, 3 a 4% de crianças em idade escolar (6 aos 15 anos) possuem hematúria positiva em uma única amostra. Geralmente as causas de hematúria são benignas, ainda mais se, isoladas e assintomáticas. Muitas vezes a hematúria microscópica é descoberta ao acaso, por sintomas urinários outros, que levaram ao exame de urina I.
O exame padrão ouro para verificar hematúria é o exame microscópico, que utiliza urina fresca centrifugada. Hematúria é constatada em caso haja presença de mais de 5 hemácias por campo visualizada em aumento 40x. O “Dipstick”, também é um teste para hematúria, cuja sensibilidade é alta, pode haver falso-positivo, porém o falso-negativo exclui hematúria anormal.
O exame de urina pode identificar o possível local de sangramento (glomerular ou não glomerular), o que é importante, tanto para prognóstico, como para otimizar o diagnóstico. Sinais de hemorragia glomerular: cilindros hemáticos (parognomônico de sangramento glomerular), proteinúria (maior que 100mg/m2, sem que haja sangramento bruto) e hemácias dismórficas. Mesmo que esses sinais sejam negativos, não é possível excluir a doença. Nos sangramentos não glomerulares, geralmente as hemácias são isomórficas (em tamanho e forma). Entretanto, na hipercalciúria, uma forma não glomerular de sangramento, as hemácias parecem dismórficas, porém sem cilindros hemáticos. Estudo morfológico com contraste de fase pode ser útil na classificação do sangramentos, presença de mais de 30% de hemácias dismórficas ou mais de 5% do tipo “acanthocity” sugerem achados glomerulares.
A prevalência da hematúria microscópica em crianças de 6 a 15 anos cai para 1%, quando detectada em duas ou mais amostras de urina. Dentro desse 1%, apenas 1/3 apresenta hematúria persistente (com amostra positiva, na repetição do teste após 6 meses). A hematúria associada a proteinúria tem prevalência, nessas