Doutor
Responder à actual crise ética que os meios de comunicação social estão a passar com medidas e discursos moralizantes, não é para António Fidalgo1 a melhor solução. Para este cientista da área da comunicação, advoga em sua alternativa a adopção de uma separação, entre a atitude básica e a componente fundamental da ética profissional do jornalista. Tratasse para este autor de uma ética de responsabilidade que o jornalista deve adoptar e praticar no decurso da sua caminhada para se tornar profissional, que se quer competente, verdadeiro e objectivo.
Moral, ética e deontologia
Ligados etimologicamente, os termos moral e ética são relativos aos costumes. Do latim, morãle significa, pois, segundo as definições correntes, o conjunto dos costumes e opiniões de um indivíduo ou de um grupo social respeitantes a comportamentos, ou por outra, o conjunto de normas consideradas mais ou menos absolutas e universalmente válidas. Em termos filosóficos, pode-se dizer genericamente tratar-se do domínio do conhecimento que se ocupa dos problemas relativos à conduta do homem na sua vida pessoal e na sua vida social. Do grego, ethiké, ou do latim, ethica, a ética é também a ciência relativa aos costumes, uma disciplina que procura determinar a finalidade da vida humana e os meios de a alcançar, preconizando juízos de valor que permitem distinguir entre o bem e o mal. Num sinal de indiciação dos termos, diz-se também que a ética respeita os princípios morais por que um indivíduo rege a sua conduta pessoal ou profissional, remetendo-se para a noção de código deontológico. À deontologia, por último, que radica no grego, déon, déontos, reserva-se ao estudo dos deveres especiais de uma situação, particularmente dos deveres das diversas profissões.
A moral diz respeito a um conjunto de preceitos que fundamentam a acção dos homens e que contribuem para a organização da vida em sociedade. Deste ponto de vista, a moral sobrepõe-se à ética. Por outras