Dossiê análise de tamanho de partícula
Introdução
A eficácia terapêutica dos fármacos está diretamente relacionada às suas características estruturais cristalinas (polimorfismo), ao hábito cristalino (morfologia) e ao tamanho de partícula. O polimorfismo, e consequentemente a variação de tamanho, foram descobertos em 1821, pelo químico alemão Eilhard Mitscherlich e definido por McCrone como a capacidade de uma molécula existir em mais de uma forma ou estrutura cristalina (McCrone, 1965; Snider, Addicks & Owens, 2004).
Para muitas aplicações, a informação da forma da partícula é um indicador crítico de um desempenho global. A grande importância do controle do polimorfismo e tamanho de partícula no desenvolvimento de compostos bioativos de utilidade terapêutica está principalmente relacionada às suas diferenças de solubilidade, as quais podem afetar diretamente a biodistribuição e, portanto, sua eficácia. A não uniformidade dos tamanhos de partícula pode gerar variação de peso, de pressão, dureza e dissolução.
A nanotecnologia refere-se à tecnologia utilizada para manipular estruturas muito pequenas, tornando possível a criação de estruturas funcionais que poderiam ter sido inconcebíveis utilizando tecnologia convencional. O interesse por esta área vem aumentando em muito o campo de aplicação da tecnologia de partículas. A nanotecnologia é multidisciplinar, unindo diversas áreas de conhecimento, tais como: química, física, biologia e engenharias. Apesar de estar relacionada a estruturas muito pequenas, ela traz benefícios enormes, permitindo atingir o que em alguns anos atrás era apenas ficção. Por esta razão, é agora um dos campos mais importantes mundialmente (Durán, Marcato & Teixeira, s.d.).
A premissa é que todo material, quer seja metálico, cerâmico, polimérico, semicondutor, vidro, compósito, etc., pode ser sintetizado para formar estruturas de blocos em nanoescala. Geralmente estes blocos possuem tamanho menor que 100 µm, cujas aplicações possíveis