dossier ceramica

Introdução
Desde os tempos mais remotos e em quase todas as culturas, a cerâmica constituiu um elo essencial no padrão cultural da sociedade. A palavra cerâmica é de origem grega e remete para o conceito de argila em todas as suas formas. A maior parte dos museus, e devido à qualidade dos materiais, oferece a possibilidade de apreciarmos, como ao longo do tempo, os artistas de todo o mundo se expressaram por meio da argila. No decurso dos séculos, desde a pré-história até aos nossos dias, os modos de produção não sofreram alterações. Os Chineses começaram a trabalhar o torno no princípio do Neolítico, os Egípcios descobriram os vernizes, os Romanos introduziram os serviços de mesa e as decorações com carimbos e cunhos. Seguramente, nenhum outro ofício teve tanta tradição nem tantas potencialidades expressivas e capacidade de inovação. Actualmente, as peças de cerâmica artística possuem uma força expressiva tão elevada que chega a atravessar a fronteira de outras manifestações e meios artísticos. À medida que a definição de arte é ampliada, a cerâmica adquire um maior reconhecimento e poder no meio artístico.
1.A matéria-prima
As massas de argila cerâmica são misturas de diferentes argilas e outras substâncias que lhes conferem plasticidade, porosidade e uma temperatura de vitrificação aproximada. As argilas devem ser plásticas para possibilitar uma fácil modelação, bem como suficientemente porosas para garantir uma secagem uniforme. Devem ainda possuir pequenas quantidades de fundente, de modo a permitir determinar a temperatura em que ocorrerá a sua fusão. Quanto às matérias de posterior aplicação, temos os englobes, que dão vida às peças por meio da cor, e os vernizes, que as impermeabilizam de forma a conterem líquidos.
1.1. As argilas
As argilas são o eixo principal da existência da cerâmica. Este mineral possui a qualidade de se deixar moldar quando misturado com água. Embora as argilas se encontrem em quase toda a superfície terrestre, as suas