Dos saberes aos sabores
Dos saberes aos sabores, neste capitulo Rubens Alves, nos leva a uma reflexão acerca dos prazeres, em especial aos sabores. E para essa reflexão, ele convida grandes filósofos, tais como Santo Agostinhos, Nistzshe, Marx e Babette.
Rubens Alves vem confrontar conceitos que há muito já vem arraigado em nosso cerne, os conceitos de saber e sabor. Ele afirma que esses dois conceitos são antagônicos. É pela boca, isto é pelo sabor que nos seres humanos conhecemos o mundo. “Sapientia é conhecer a vida pela boca. É assim que a criancinha conhece o mundo, misticamente de olhos fechados”. (pg. 58)
O autor chama atenção acerca das metodologias, o modo de ensinar dentro da sala de aula, que é objetivo central do capítulo.
Na ciência, os saberes se fazem com palavras: artigos em periódicos. Assim, nas escolas, as provas se fazem com palavras. Os vestibulares, igualmente, são feitos, com palavras. Passa quem sabe as palavras certas. Para os saberes, as palavras bastam. (pg. 60)
Sobre os sabores, Rubens Alves afirma que, “O sabor sempre fala sobre algo que não se encontra nas palavras. Para se saber o sabor do saboroso é preciso ir alem das palavras, ao lugar em que o prazer acontece”.(pg.60)
Um exemplo dessa metodologia usada por muitos professores é a famosa leitura de resumos de grandes obras literárias para provas de vestibulares. O aluno aprende o nome da obra, o nome do autor, o contexto histórico e etc. isso é saber. Porém, após essa etapa, quem realmente tem o prazer de ler, de degustar uma dessas obras. Cabe ao professor fomentar esse desejo, essa fome pelo conhecimento.
Podemos concluir que o autor vem nos trazer um alerta sobre as metodologias usadas pelos professores, que apenas nos ensinam o saber insosso sem sal., ou seja, sem sabor, não nos ensinam a degustar, apreciar a ter prazer no conhecimento. São meros transmissores do saber, mas na verdade o que deveriam ser, são cozinheiros do saber.