Dos regimes despóticos aos regimes hegemônicos
O texto tenta provar que a finalidade das técnicas de produção e de organização do trabalho é a de obter o máximo de produtividade para o capitalista, ao mesmo tempo em que submete o operário a uma sobrecarga de trabalho que o impede de raciocinar e analisar sua importância na cadeia produtiva. Tal sistema produtivo torna-o escravo da máquina e o faz admiti-la como única solução para a produção.
Esta disfarçada "técnica" de trabalho forçado tem como fundamento na "divisão social do trabalho": ao operário compete executar a tarefa, mas não a sua compreensão. O capitalista é, simplesmente, visto como "funcionário do capital", aquele que isoladamente detém o poder absoluto. Se, inicialmente, o enquadramento hierárquico das funções desqualificava os operários e justificava a "escolarização" das funções, com o passar do tempo esta hierarquia esgotou sua finalidade repressiva, sendo substituída pelo argumento da "participação responsável na produção" o que, além de aumentar a motivação do operário pelo trabalho, possibilita o "enxugamento" da folha, com a dispensa de supervisores, chefes e controladores de qualidade.
Resumindo o tema: as conseqüências nefastas do despotismo de fábrica são minimizadas com o novo argumento da "responsabilidade social do trabalho" e do retorno das "concessões democráticas da responsabilidade pessoal", ou seja, cada operário sendo conscientizado que sua função implica na "qualidade" da produção. Portanto, esta nova forma de organização considerada "não despótica" pode ser uma saída honrosa na solução dos problemas de relacionamento entre patrões e empregados no atual estágio de evolução do