Dos pescadores-coletores aos horticultores: um breve panorama das primeiras ocupações do litoral sul-catarinense
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Acadêmica: Vanessa Santos da Luz da SilvaLINO, Jaisson Teixeira. Dos pescadores-coletores aos horticultores: um breve panorama das primeiras ocupações do litoral sul-catarinense. Tempos acadêmicos, Criciúma, n.1, p.43-56, 2003.
Desde o século XIX os sambaquis são objetos de estudo acadêmico, primeiro apareceram os naturalistas dizendo que os monumentos se tratavam de formações naturais, depois os artificialistas dizendo que se tratava de monumentos criados pelo Homem, e por último os que diziam se tratar de monumentos mistos, ou seja, criados pelo Homem e com deposição natural de sedimentos. (LINO, 2003)
Entre as décadas de 1920 e 1970 foram realizadas escavações nos sambaquis da região de Laguna e Imbituba. Nesta região os arqueólogos encontraram grande quantidade de material proveniente da exploração dos recursos marinhos, também se pode chamar a atenção para a quantidade de sepultamentos, que segundo Souza (1999 apud LINO, 2003) em um monte de 20 m de altura que foi escavado até cerca de 7 m de profundidade pode ser prospectado cerca de 300 indivíduos em uma área de 25 m². Em um estudo paleopatológico mais apurado dos ossos e dentes dos indivíduos pode ser observada a inexistência de cáries, o que segundo Souza (1999 apud LINO, 2003) serve como “[…] prova de desconhecimento da domesticação de plantas.”.
Os sambaquis deixaram de ser construídos a cerca de 1.000 anos, e os arqueólogos ainda se perguntam de onde vieram esses povos. A hipótese mais aceita diz que vieram do interior do Paraná e posteriormente migraram em direção ao estado da Bahia e para as cidades litorâneas, até Torres no litoral gaúcho. (LINO, 2003)
Pesquisadores brasileiros e norte-americanos realizam estudos tentando esclarecer o modo de vida dos povos Sambaquis que segundo Lino (2003) “[…] viviam em sedentariedade considerável.”. Os estudos também apontam uma relação de hierarquia entre os grupos “[…] sendo considerados os sambaquis maiores como centros concentradores de poder.”