Donato bramante o ilusionista
Bramante aparece em cena depois de um período em que Itália, a norte de Nápoles, vive permanente em guerra, o que se reflecte não só na sociedade em geral mas também nos artistas e nos pensamentos. O neoplatonismo surge, então, nesta época, como um movimento filosófico que corresponde à perda dos níveis de confiança humanistas e a um verdadeiro sintoma de crise no domínio da estética, consistindo na ideia de que a beleza é um desígnio reservado a um ser superior – Deus – e o Homem apenas possui qualidades que o levarão a este, e esta beleza, indissociavelmente ligada à arte, só pode ser atingida com um domínio notável de todas as regras especificas de cada categoria da arte. A sabedoria humana, a ciência geométrica e o domínio da matemática aproximam o Homem de Deus.
Em Milão, conhece Da Vinci, contratado pelo duque Sforza pela sua qualidade de construtor, mas que acaba por se dedicar somente à pintura. Leonardo demontra ser dominador de todas as técnicas de representação e as suas pinturas, como é exemplo a Monalisa, traduzem o nível de mestria a que chegaram os pintores da época. Esta pintura vem levantar questões e transmitir dúvidas que não reflectem a aproximação a Deus, como se cria que a pintura fosse. Como arquitecto, Da Vinci defende que todas as partes trabalham para o todo, no entanto, o seu íntimo inquieto nunca o deixava chegar a uma solução, pois cada solução lhe insurgia novos problemas e assim sucessivamente.
Não se pode entender Bramante sem Leonardo especulativo, inconstante. Donato absorveu as dubiedades do meio em que viveu e as