Donald Foerster SecXVIII
6846 palavras
28 páginas
Homero na Crítica Inglesa:A Abordagem Histórica no Século Dezoito
DONALD M. FOERSTER
Yale University
Capítulo II:
Início do Século XVIII*
Tradução: Leonardo Teixeira de Oliveira, 2006
Durante as primeiras décadas do século XVIII, tornou-se cada vez mais evidente que uma defesa de Homero, ou de qualquer poeta, meramente pela aplicação de princípios neoclássicos provavelmente não receberia muita simpatia.
Tentar explicar este fenômeno nos conduziria facilmente a divagações muito remotas; mas pode-se constatar que certo tipo de crítica estritamente neoclássica nunca foi muito popular na Inglaterra, e tanto na Inglaterra como na França as perspectivas históricas mais abrangentes e o grande interesse pela psicologia do poeta foram, ao menos parcialmente, responsáveis pela crescente escassez da crítica praticada, por exemplo, por Mme. Dacier. Para assegurar esse fato, enquanto Addison experimentou resenhar o Paraíso Perdido por critérios neoclássicos, sua examinação mal se fez tão rigorosa e detalhada quanto os típicos ensaios formais do século anterior. Foi a sublimidade do pensamento e da expressão de Milton que predominou sob maiores atenções, e não a sua conformidade às regras. O mesmo tipo de tratamento foi então destinado a
Homero. Aceitando a unidade da Ilíada e da Odisséia, Addison preocupou-se principalmente em mostrar como o poeta grego criava idéias e imagens sublimes, como ele se alevantava por sobre outros poetas em seu uso do maravilhoso e em sua construção para cada uma de suas personagens de uma distinta e interessante personalidade. Similarmente, Pope enfatizava o gênio de Homero mais por sua invenção do que por seu entendimento intuitivo das regras da poesia épica. “Seja qual for o lado pelo qual contemplemos Homero”, diz ele, “o que principalmente
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FOERSTER, Donald M. CAP II: “Early Eighteenth Century”. In: ___. Homer in
English Criticism: The Historical Approach in the Eighteenth Century. Oxford: Oxford University
Press, 1947.
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