donald davson

285 palavras 2 páginas
DAVIDSON POR DAVIDSON: a possibilidade do externalismo
José Edelberto Araújo de Oliveira ∗

Levantei-me no dia seguinte opresso por misteriosa sensação. Faltava qualquer coisa.
Jack London em O Lobo do Mar

Donald Davidson (1917–2003) advoga a possibilidade de ampliar o entendimento quando existe o firme propósito de buscar as bases sobre as quais repousam aquilo que o outro conhece. A interpretação, desde modo, passar a ser percebida como um processo gradativo. Platão também pensava em graus, porém dentro de uma perspectiva ontológica: quanto mais próximo ou distante dos extremos “ser” e “não-ser” mais identidade ou não existia com o incognoscível. A questão de grau na interpretação em Davidson relaciona-se com o mundo físico compartilhado e a propriedade de calibrá-lo (a expressão é do próprio
Davidson), ou seja, relaciona-se com a esfera da aproximação intersubjetiva.
Diante disto, por exemplo, não há como defender um fluxo mental (de um sujeito) que é representado pela palavra; não há como conceber um conceito que precisa ganhar um molde lingüístico externo. Aquilo que se diz precisa ser evidente para quem escuta e por esta própria razão é dito. O conteúdo proposicional é também dependente de elementos fora do sujeito. É sem sentido dividir (até metodologicamente) a realidade em eventos físicos e psicológicos dada a completa impraticabilidade de relacionar estes dissociados dos primeiros. A ostensão desencoraja qualquer ambigüidade.

Paper apresentado como exigência parcial para aprovação na disciplina “Interpretação e Razão: o problema da interpretação na Filosofia Contemporânea” do Mestrado em Filosofia da Universidade Federal da Bahia, sob orientação do Professor Waldomiro José da Silva Filho.

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