dominação bourdieu
REFLEXÕES A PARTIR DA PSICOLOGIA ANALÍTICA
Alessandra Munhoz LAZDAN1
Fábio Tadeu REINA2
Luci Regina MUZZETI3
Paulo Rennes Marçal RIBEIRO4
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RESUMO: O presente artigo, de cunho bibliográfico, teve como objetivo fazer uma reflexão da obra A dominação masculina de Pierre Bourdieu a partir dos conceitos da
Psicologia Analítica de C. G. Jung. Esta corrente da Psicologia fundamenta-se, entre outras questões, na análise dos princípios masculino e feminino, trazendo um aparato diferenciado para a discussão das ideias trazidas por Bourdieu que envolvem a dominação masculina. A leitura da Psicologia Analítica compreende a questão desta dominação a partir da visão patriarcal da sociedade, corroborando com Bourdieu na questão da submissão que esta cultura impõe à mulher. No entanto, houve contrapontos no tocante à qualidade e validação do referencial feminino, que a teoria bourdieuniana parece desqualificar. Entre as permanências e mudanças das estruturas que reproduzem a ordem masculina, ambas as teorias se mostram concordantes com as atualizações referentes à estrutura patriarcal.
PALAVRAS-CHAVE: Masculino. Psicologia. Sociologia.
Introdução
Pierre Bourdieu (2002) inicia sua obra A Dominação Masculina alertando o leitor sobre o fato de estarmos inseridos em padrões inconscientes de estruturas históricas da ordem masculina, e que, portanto, nosso olhar e análise estarão sempre sob o viés dessa ótica. Toda sua obra se baseia nesse postulado e é a partir dessa premissa que iremos discorrer algumas questões que se fazem discordantes se tomarmos como contraposto a Psicologia Analítica de C. G. Jung. A escolha por esta vertente da psicologia se deve ao fato de Jung ter dedicado grande parte de sua teoria para a diferenciação entre os princípios masculino e feminino, reconhecendo em cada uma dessas naturezas, qualidades e forças que se fazem complementares. Todavia, assim
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