Dom de Línguas em 1 Corintios
A IGREJA EM CORINTO foi estabelecida por Paulo no decorrer de sua segunda viagem missionária (At. 18:1-18). Durante os dezoito meses que ele passou ali, encontrou muita oposição por parte dos judeus, porém, a despeito de tudo, o trabalho cresceu, composto, na sua maior parte, de gentios. Depois de Paulo sair de Corinto, muitos problemas espirituais e morais ocorreram dentro da igreja. Paulo tomou conhecimento desses problemas por meio da casa de Cloé (I Cor. 1:11), de uma carta de inquirição que lhe foi enviada (7:1) e por meio de visitas pessoais de alguns dos crentes de Corinto (16:17).
De Éfeso, no decorrer de sua terceira viagem, Paulo escreveu sua Primeira Epístola aos Coríntios para corrigir a situação. Quais foram os problemas da igreja? Havia divisões (1:11), carnalidade (3:3), conceitos errados quanto ao ministério do evangelho (3:5-4:21), fornicação grosseira (5:1), processos legais entre cristãos (6:1), abusos morais dos corpos de crentes (6:15), ignorância quanto às relações do casamento (7:1) e a propósito da virgindade (7:25), violações da liberdade cristã (8:1), insubordinação das mulheres (11:2), abusos da Ceia do Senhor (11:17), ignorância quanto à natureza de dons espirituais (12:1) e negação da ressurreição física dos corpos dos crentes (15:1).
Stagg crê que a igreja em Corinto era caracterizada pela sabedoria deste mundo (1:20), não pela sabedoria de Deus. (1) Isto se manifestou na centralização do egoísmo, no amor próprio, na autoconfiança e na auto-asserção. Um exame dos vários problemas discutidos por Paulo há de revelar que os coríntios eram, por índole, orgulhosos e insistiam em que se fizesse a sua vontade. Era essa a igreja que estava rica na possessão de dons espirituais (1:5-7), porém ignorante quanto a sua natureza e uso adequado (12:1), especialmente em relação ao dom de línguas.
Schweizer resumiu bem essa situação:
Em Corinto havia um conceito acerca do Espírito de Deus que era