DOM CASMURRO - UMA RE LEITURA
. INTRODUÇÃO
Tratando-se de um trabalho de re-montagem ou re-construção de um texto muito conhecido ( D.Casmurro, de M. Assis), e analisado sobre vários aspectos (foco narrativo, personagens, tempo, espaço, etc.), a referência bibliográfica servirá de orientação para uma análise pessoal comparativa das unidades de ação (sequência lógico-casual) onde será mostrado o processo criativo da personagem Capitu, pelo autor/narrador, no tempo da narrativa. Este recurso leva o leitor ao suspense do romance, cujos fatos e atos, que envolvem o personagem, cria um “clima” da situação, do seu estado, retardando o desfecho da história. As ações vão, portanto se sucedendo como se fossem “fios de um novelo” que se amarrando, formam uma rede de intrigas, um enredo. No caso do texto em análise, as ações são comandadas pela memória do narrador- personagem que ao caracterizar o seu personagem Capitu, dá a ela liberdade de agir e fazer, mostrando-se interna e externamente. O personagem se define não por suas próprias ações, mas pela memória do narrador que a coloca agindo de acordo com o seu momento interior. O processo metafórico se dá pelo fazer do personagem e não pela categorização dada pelo narrador.
Como esse momento é um fluxo permanente. nada se mantém inalterado ou estático, o narrador, Bentinho, já não é o mesmo. E mesmo que algumas coisas permaneçam inalteradas, ele é que mudou. Sua visão do passado é vista com os olhos de agora, isto é; do momento da narrativa.
Bentinho desenterra o passado impresso na memória e torna-o presente, ou melhor, fá-lo existir, pois antes disso o fato é apenas um presente inerte e desconhecido para a consciência. Embora todas a experiências se imprimam na memória duma forma ou de outra, é pela associação que vêm à tona e ganha uma característica de realidade. O passado só aparece quando “se torna parte do presente”, mas o acontecimento do passado (seu relacionamento com Capitu) no momento em que