Doeça hepática produzida pelo álcool
O consumo de bebidas alcoólicas acompanha a humanidade há muitos anos, bem como os efeitos da sua ingestão aguda. Apesar disso, a associação entre consumo de álcool e doença hepática remonta apenas em 1793, e o reconhecimento do alcoolismo como doença crônica aparece apenas no século XIX, culminando com a publicação de um tratado sobre alcoolismo crônico, pelo sueco Magnus Huss em 1851.
A doença produzida pelo álcool chamada de doença hepática é um problema muito frequente para a saúde e pode ser prevenida. Em geral, a quantidade de álcool consumido (quanto e com que frequência) determina a probabilidade e a importância da lesão hepática. As mulheres são mais vulneráveis a desenvolver alterações no fígado que os homens. O fígado pode ser afetado em mulheres que durante anos consumam diariamente uma reduzida quantidade de bebidas alcoólicas, equivalente a cerca de 20 centímetros cúbicos (ml)de álcool puro (200ml de vinho, 350ml de cerveja ou 50ml de whisky). Nos homens que bebem durante anos, a lesão produz-se com quantidades de bebidas alcoólicas consumidas diariamente tão reduzidas como 50 mililitros de álcool (500ml de vinho, 1000ml de cerveja, ou 150ml de whisky). Contudo, o volume de álcool necessário para lesar o fígado varia de pessoa para pessoa.
O álcool pode provocar três tipos de lesões hepáticas: a acumulação de gordura (fígado gordo), a inflamação (hepatite alcoólica) e o aparecimento de cicatrizes (cirrose). Além disso, fornece calorias sem nutrientes essenciais, diminui o apetite e empobrece a absorção de nutrientes, devido aos efeitos tóxicos que exerce sobre o intestino e o pâncreas. Em resultado disso, desenvolve-se desnutrição nas pessoas que regularmente o consomem sem se alimentarem adequadamente.
1. Doença hepática alcoólica
O fígado é um órgão particularmente susceptível aos danos provocados pelo álcool pois ele é o principal sítio de metabolização desta substância no organismo.
Além do fígado ser um dos maiores