Doenças hospitalares
As infecções hospitalares e a evolução histórica das infecções
Rosane Teresinha Fontana
Enfermeira. Mestre em Enfermagem.
Professora do Curso de Enfermagem da
Universidade Regional Integrada do Alto
Uruguai e das Missões- Campus de Santo
Ângelo, RS.
RESUMO
Neste ensaio a autora descreve a evolução histórica das infecções e seus tratamentos de modo a traçar uma interface destas com o panorama moderno da epidemiologia e controle das infecções hospitalares.
Analisam-se tratamentos desenvolvidos a partir da idade média, incluindo-se desde mitos e crenças populares a dados que tem sido objeto de avaliação científica microbiológica e terapêutica. Este estudo ressalta o fato de que o reflorescimento das ciências ocorrido no Renascimento, juntamente com o surgimento da imprensa e, com ela, a veiculação de publicações e ilustrações sobre as doenças, contribuíram para a evolução da própria ciência e sua tecnologia.
Descritores: História; Infecção hospitalar; Infecção.
1. UMA BREVE REVISÃO HISTÓRICA ACERCA DA INFECTOLOGIA
Foi na Idade Média que se iniciaram as suspeitas de que alguma coisa “sólida” pudesse transmitir doenças de um indivíduo a outro. Francastorius, médico italiano de Verona, no seu livro De Contagione, descreve doenças epidêmicas e faz referências ao contágio de doenças. Declara que as doenças surgiam devido a microrganismos que podiam ser transmitidos de pessoa a pessoa, segundo informações colhidas dos marinheiros que testemunhavam a propagação das doenças nas expedições, na era Colombiana(1-3).
Em 1546, Francastorius, defende a teoria de que certas doenças se transmitiam através de corpúsculos que ele denominou de semente da moléstia (seminária prima) e que essas sementes transitavam de um corpo a outro através do contato direto ou através de roupas e objetos. Descreve o mecanismo de transmissão das doenças infecciosas, de três modos: a) por contato direto, pelo simples contato como