DOENÇAS DO TRABALHO NOS MOTORISTAS DE ÔNIBUS
O cenário no ambiente de trabalho apresenta-se extremamente competitivo e com pressões para a produtividade cada vez maiores. A pressa constante e o ritmo acelerado, tanto no trabalho quanto fora dele, são típicos da sociedade capitalista. Assim, tanto as condições quanto o próprio ambiente de trabalho tornam-se por vezes prejudiciais à saúde e ao bem estar dos trabalhadores. Algumas profissões e locais de trabalho expõem os trabalhadores a determinados riscos, podendo levar ao adoecimento e morte por causas relacionadas diretamente ao trabalho ou, em alguns casos, contribuindo para o surgimento de doenças ou agravando morbidades já existentes1.
Entre os problemas de saúde que afetam os profissionais, destaca-se atualmente o estresse, que é considerado fator de risco para várias doenças ligadas ao trabalho2.
O interesse pelo estudo do estresse no trabalho tem sido crescente na literatura científica, particularmente nos últimos anos. Uma das razões para o aumento de pesquisas sobre o tema deve-se às consequências do estresse no funcionamento e na efetividade das organizações, pois os estudos têm demonstrado que os trabalhadores estressados diminuem a qualidade do seu desempenho e aumentam os custos das organizações com problemas de saúde, com o aumento do absenteísmo, da rotatividade e do número de acidentes no local de trabalho3.
Por esta razão as pesquisas têm dirigido o foco de seu interesse para a incidência de estresse e os fatores estressantes em diferentes profissões. A profissão de motorista de ônibus urbano tem sido muito pesquisada, tendo em vista que foi identificada como uma das mais estressantes e que expõe os trabalhadores a inúmeros riscos à saúde4
Tse, et al. (2006), em uma revisão das pesquisas sobre a saúde ocupacional dos motoristas de ônibus urbano realizadas nos últimos cinquenta anos, verificou que estressores que são específicos do trabalho dos motoristas podem resultar em determinadas consequências físicas, psicológicas