Doenças cronicas não transmissiveis
ARTIGO ORIGINAL DE TEMA LIVRE
FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS IDENTIFICADOS
EM TRABALHADORES ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃOa
Maria Cecilia Costab
Luciara Leite Britob
Ingrid Cardoso Fidelesc
Glécia Leolina de Souza Meirad
Vivian Brito Rangel Azevedod
Resumo
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), em particular as cardiovasculares
(DCV) e o diabetes melito (DM), têm um importante papel no atual perfil de saúde da população mundial, com projeções de crescimento. O objetivo deste artigo é identificar fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) associados à alimentação em trabalhadores atendidos em um ambulatório de nutrição. Trata-se de estudo de corte transversal.
Os dados foram obtidos por meio de entrevista, avaliação antropométrica e bioquímica.
A amostra foi selecionada entre trabalhadores de ambos os sexos, que frequentavam o ambulatório de nutrição do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador em
Salvador, Bahia, em 2010. Os resultados indicam que o IMC ≥ 25,0 kg/m2 foi o fator de risco de maior frequência (91,8%), seguido da hipercolesterolemia (61,8%) e da hipertrigliceridemia
(50,0%). Simultaneidade de dois ou mais fatores de risco foi encontrada em 70,6% dos trabalhadores. Baixo consumo diário de frutas (14,3%), hortaliças (44,4%) e tubérculos (8,0%) e elevado consumo de alimentos ricos em gordura saturada (embutidos – 48,9%) e açúcar simples
(76,0%). O tabagismo era hábito de 3,6% dos trabalhadores. A análise das frequências das dislipidemias segundo a idade mostrou níveis elevados de colesterol total (p=0,02) e triglicérides
(p=0,03) em trabalhadores com idade ≥41anos. Concluiu-se que as elevadas frequências de fatores de risco modificáveis são preocupantes e reforçam a necessidade de implementação de ações que visem a promoção da saúde e a prevenção de DCNT.
Palavras-Chave: Fatores de risco. Doenças crônicas não