Doença sexualmente transmissíveis
Wilza Vieira Villela1
Valdir Monteiro Pinto2
A cada ano ocorrem, entre adultos de 15 a 49 anos, cerca de 340 milhões de novas infecções curáveis (sífilis, gonorréia, clamídia e tricomoníase) transmitidas por relações sexuais (OMS).
Introdução
As chamadas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) compreendem um conjunto de infecções distintas que têm em comum o fato de serem transmitidas pelo contato sexual. Cada uma das diferentes entidades clínicas que compõe o grupo das DST apresenta sintomatologia, prognóstico e curso próprio, requerendo estratégias específicas de prevenção, diagnóstico e tratamento.
Mesmo com o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e de tratamento, as DST continuam atingindo um grande número de pessoas, especialmente as mulheres, pelo fato de que muitas das DST não apresentam sintomas na população feminina. Além disso, as mulheres experimentam diferentes constrangimentos para o exercício da sua sexualidade, o que lhes dificulta incorporar práticas de proteção, e os serviços de atenção à saúde nem sempre estão aptos para lidar com a questão (WHO, 2004).
Embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) reiteradamente busque estimar a magnitude das DST globalmente, de modo a fornecer aos governos parâmetros realistas para o planejamento de suas ações, é difícil conhecer, de fato, a prevalência das DST no mundo e em cada país, dada a fragilidade e inadequação dos sistemas de vigilância. No entanto, são relativamente conhecidos alguns dos impactos das DST para a saúde sexual e reprodutiva de mulheres e homens e alguns dos impactos sócio-econômicos. Menos estudadas têm sido as repercussões das DST a nível psicológico, da subjetividade e da sexualidade.
Segundo a OMS, as DST e suas complicações representam uma das dez principais causas de procura a serviços de saúde em países em desenvolvimento, respondendo por aproximadamente
17% das perdas econômicas relacionadas ao binômio saúde / doença