Doença Mental e Psicologia - Foucault - Resenha da primeira 1° parte
Zaqueu Rodrigues Gonçalves
7° Semestre do Curso de Psicologia – UNICSUL
O livro é dividido em duas partes, sendo que no capitulo 1, Foucault versa sobre a relação de dualidade existente entre a patologia orgânica e a doença no campo psicológico, afirmando que a patologia mental inicialmente partiu dos mesmo pressupostos da visão clássica da medicina, observando a relação entre determinados sintomas e a doença, formulando assim uma sintomatologia e posteriormente uma nosografia sobre as formas de evolução da doença (p. 09).
O autor passa então a contextualizar historicamente a forma como tais estudos se desenvolveram no final do séc. XIX e início do séc. XX, sendo que a patologia mental passou a ser classificada a partir de dois prismas, um organicista, no qual a doença decorreria de alterações fisiológicas e/ou hormonais que acarretariam em mudanças no comportamento humano. A outra concepção partiria de um suposto puramente psicológico, no qual “... a doença seria alteração intrínseca da personalidade, desorganização interna de suas estruturas, desvio progressivo de seu desenvolvimento: só teria realidade e sentido no interior de uma personalidade estruturada.” (p.14), tais alterações na personalidade permitiriam ainda uma subdivisão, classificando-se entre as neuroses, sendo alterações apenas em um setor da personalidade. O neurótico conservaria a crítica com relação a seus fenômenos mórbidos, por outro lado no caso das psicoses, ocorreria uma perturbação global da personalidade desvinculando o sujeito da realidade. Foucault salienta que ambas as visões carregam em si um dualismo excludente, pois desconsideram a unidade humana e sua totalidade psicossomática. (p.
13)
Parte I. As dimensões Psicológicas da Doença.
Foucault faz uma exposição quanto às dificuldades enfrentadas pelo doente em relação a sua localização no tempo e espaço, a abolição de suas funções, a consciência desorientada,