Doença de Tay Sachs
A doença de Tay-Sachs é uma gangliosidose causada pela deficiência da enzima hexosaminidase A, a qual é responsável pela degradação do gangliosídeo GM2 no interior dos lisossomos. Em vista do déficit da atividade da Hex A, o gangliosídio é acumulado, principalmente em células neuronais, ocasionando desordem neurodegenerativa nos doentes. A retina em geral também é afetada.
O gangliosídio GM2 é um glicolipídio, subclasse de esfingolipídios complexo que compõe a membrana plasmática. Possui em sua estrutura ceramida, glicose, galactose, N-acetilgalactosamina, ácido siálico e caudas apolares. As funções fisiológicas desses lipídeos não foram totalmente elucidadas.
A enzima hexosaminidase A é composta por uma subunidade α, codificada pelo gene HEXA e outra β, codificada pelo gene HEXB, sendo localizado na α o sítio ativo para a catálise da degradação do GM2 . Somente as formas diméricas da enzima são ativas. A hidrólise do GM2 depende também do GM2 ativador, codificado pelo gene GM2. Ele extrai da membrana o glicolipídio, tornando possível a degradação intralisossomal do gangliosídio pela Hex A. A hexosaminidase A e GM2 ativador são glicoproteínas. Sendo assim, são sintetizadas no RER e glicosiladas no Complexo de Golgi.
A doença metabólica é herdada geneticamente, sendo uma herança autossômica recessiva cuja origem pode se dar por mais de 90 mutações, dentre elas substituições de nucleotídeos, deleções e inversões. Elas envolvem os três genes acima mencionados: gene HEXA, HEXB e GM2, localizados no cromossomo 15.
A doença possui três formas manifestações clínicas: aguda ou infantil, subaguda ou juvenil e crônica ou adulta, em ordem decrescente de severidade.
Na forma infantil, os sintomas se iniciam a partir do 3º mês de idade, com o aparecimento de uma mancha vermelha nos olhos e uma pequena fraqueza motora. Por volta do 6º e 10º mês de idade, a criança não adquire novas capacidades motoras e é comum que ela perca as habilidades