Doença celiaca
0021-7557/01/77-02/131
Jornal de Pediatria
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ARTIGO ORIGINAL
Doença celíaca: características clínicas e métodos utilizados no diagnóstico de pacientes cadastrados na Associação dos Celíacos do Brasil
Celiac disease: clinical characteristics and methods used in the diagnosis of patients registered at the Brazilian Celiac Association
Vera Lucia Sdepanian1, Mauro Batista de Morais2, Ulysses Fagundes-Neto3
Resumo
Abstract
Objetivo: avaliar as características clínicas e os métodos utilizados no diagnóstico dos pacientes cadastrados na Associação dos
Celíacos do Brasil – Seção São Paulo.
Métodos: foi enviado por correio um questionário a respeito das características clínicas e dos métodos diagnósticos da doença celíaca para 584 membros cadastrados.
Resultados: foram analisados 289 questionários respondidos
(49,5%) dos 584 enviados. Quanto às características clínicas da doença celíaca no momento do diagnóstico, observou-se que na amostra estudada a forma clássica foi mais freqüente (88,9%) do que a forma não clássica (11,1%). Nos últimos cinco anos houve aumento da proporção da forma clássica tardia de 44,5% para 64,2%
(p=0,004) e da forma não clássica de 5,2% para 16,8% (p=0,005). O tempo de duração dos sintomas até o estabelecimento do diagnóstico foi superior a 1 ano em 75% dos pacientes com manifestação clínica não clássica. Biópsia de intestino delgado não foi realizada no momento do diagnóstico em 19% dos pacientes. Observou-se que, nos últimos 5 anos, maior número de pacientes (24,4%) não realizaram biópsia de intestino delgado no momento do diagnóstico em relação aos realizados há 5 ou mais anos (11,1%) (p=0,007).
Conclusões: na amostra estudada, a forma clássica continua sendo a manifestação clínica mais freqüente da doença celíaca.
Apesar do predomínio da forma clássica tardia, observamos aumento da proporção da forma não