Doença celíaca como causa de baixa estatura em crianças e adolescentes - Recife - 2005 ANA CARLA LINS NEVES GUEIROS Introdução A pediatria tem como um de seus objetivos fundamentais o acompanhamento do crescimento, de modo que a sua avaliação, o diagnóstico de doenças que o prejudiquem e o tratamento para evitar danos à estatura final do indivíduo devem ser prioridade no atendimento pediátrico. A altura final do filho é uma preocupação habitual dos pais, sendo a dificuldade para crescer e a baixa estatura (BE) motivos comuns de consulta1. Para se avaliar o crescimento faz-se necessário seu acompanhamento, importante na avaliação da condição da saúde e nutrição do indivíduo. A avaliação antropométrica deve fazer parte dos cuidados pediátricos de rotina, apresentando as vantagens de ser um método sensível, universalmente aplicável, rápido, barato e não invasivo2,3. Os critérios utilizados para definir um portador de BE são: estatura dois desvios padrões abaixo da média populacional ou abaixo do percentil 3; velocidade de crescimento abaixo do percentil 25 por mais de seis meses; estatura um desvio padrão abaixo do percentil da estatura alvo esperada, utilizando como referência gráficos populacionais de acordo com o sexo e idade4,5. Na maioria dos casos explica-se a BE por um modelo de multicausalidade, uma vez que é dependente da interação de múltiplos fatores que atuam de maneira complexa. Estando na dependência não apenas da herança genética e de fatores endócrinos, mas principalmente da influência ambiental. Compreendendo-se por ambiente não apenas o físico, mas também o psico-social, o econômico e o nutricional1,6. Acesso precário a alimentos, a água tratada, a condições sanitárias, a serviços de saúde e a qualidade das práticas e de cuidados maternos com os filhos podem repercutir na estatura das crianças e serem responsáveis pela BE7. Nos países em desenvolvimento, deficiência alimentar e infecções - geralmente combinados -