DOEN A DE PARKINSON
INTRODUÇÃO
Durante o ano de 1804, James Parkinson (1755-1824) escrevia panfletos denunciando a violência infantil que observava nas ruas e residências de Londres; fato que o fez tornar-se, possivelmente, o primeiro médico, ou, certamente, um dos primeiros médicos a fazer este tipo de denúncia. No ano de 1817, quando ainda não se conhecia o exame neurológico, Parkinson provavelmente usou desta mesma perspicácia ao descrever três de seus seis casos em indivíduos que caminhavam pelas ruas de Londres. Modestamente, ele denominou esta doença de "paralisia agitante". Charcot e Vulpian corrigiram esta lacuna histórica ao escreverem, em 1864, na Gazette Hebdomadaire, o texto "De la paralisie agitante", denominando-a doença de Parkinson.
A doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais comum em todo o mundo, caracterizando-se por sintomas motores, entre estes bradicinesia, tremor postural e/ou de repouso, rigidez plástica e distúrbios posturais. Sintomas sensitivos, sensoriais, mentais e autonômicos complementam esta síndrome. Seus marcadores patológicos incluem a perda de neurônios da área compacta da substância negra e o acúmulo de α-sinucleína no córtex cerebral, no tronco cerebral e na medula espinhal. Sob o aspecto fisiopatológico, pode ser considerada como uma doença ocasionada por alterações funcionais dos sistemas dopaminérgicos, noradrenérgico, serotoninérgico e colinérgico.
A incidência aumenta com a idade, variando entre as idades de 17, 4/100.000 indivíduos entre 50 e 59 anos, a 1/100.000 para aqueles nas idades de 70 a 79 anos. Entre os fatores de risco, estudos mostram que, por conta da menor liberação de dopamina, a ausência de tabagismo aumenta em duas vezes a chance de desenvolver a doença, enquanto a ingestão de cafeína, por aumentar os níveis de dopamina, contribui para reduzir a taxa de risco em 25%.
FISIOPATOLOGIA
Em 1912, Friedrich Heinrich Lewy descreveu, pela primeira vez, os corpos de inclusão