O filme O Vale produzido por João Moreira Salles e Marcos Sá Corrêa conseguiu, ao meu ver, de uma maneira clara e objetiva passar todos os problemas enfrentados pela população do Vale do Paraíba e como o mau uso do solo pode trazer muitas das vezes danos irreversíveis a natureza. O que podemos observar no filme no que diz respeito a vegetação e seu relevo, é a ausência quase que total de florestas, e o que sobrou das matas encontra-se em locais bem isolados. A região do Vale do Paraíba foi transformada em grandes áreas abertas e coberta de pasto que mau dá para alimentar os poucos rebanhos que ainda sobrevivem na região. O que ocasionou esse grande “Massacre Ambiental” foi a ganância de grandes fazendeiros da época, os grandes Barões do Café, que visando apenas a riqueza, simplesmente devastaram a mata da região para o cultivo do café, cultivo esse que fez com que o solo se degradasse de tal forma que agora é praticamente impossível o cultivo de qualquer coisa na região. Outro fato interessante e que chamou bastante atenção no filme, foi o alerta de várias pessoas sobre o que estava acontecendo na região, como a derrubada desenfreada da mata, a mudança no leito dos rios o que ocasionaria e ocasionou suas graves consequências para as gerações futuras. Mas como comprovamos no filme, nenhuma atitude foi tomada naquela época. Quase no final do filme uma frase do Barão Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, cafeicultor da época (1858), impactou-me bastante, escreveu ele: “Minha muito velha e estéril fazenda, cujo solo tirou meu pai toda a sua fortuna, mas que deixou-a estragada completamente”, logo em seguida aparece um dos personagens principais do filme o Senhor Maurício vendendo ovos para completar a renda familiar, essa cena ao meu ver, resume toda a situação social em que se encontram os moradores da região, ou seja, gerações futuras estão pagando por erros do passado. Apesar de tudo isso que observamos no filme, ainda não aprendemos nada com essa