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Publicado em 1930, o romance O Quinze, de Rachel de Queiroz, renovou a ficção regionalista. Possui cenas e episódios característicos da região, com a procissão de pedir chuva, são traços descritivos da condição do retirante. O sentido reivindicatório, entretanto não traz soluções prontas, preferindo apontar os males da região através de observação narrativa.
Em O Quinze, primeiro e mais popular romance de Rachel de Queiroz, a autora exprime intensa preocupação social, apoiada, contudo, na análise psicológica das personagens, especialmente o homem nordestino, sob pressão de forças atávicas que o impelem à aceitação fatalista do destino. Há uma tomada de posição temática da seca, do coronelismo e dos impulsos passionais, em que o psicológico se harmoniza com o social.
A obra apresenta a seca do nordeste e a fome como consequência, não trazendo ou tentando dar uma lição, mas como imagem da vida.
Não percebe-se uma total separação entre ricos e pobres, e esta fusão é feita através da personagem Conceição que pertence realmente aos dois mundos. Evitando assim o perigo dos romances sociais na divisão entre "bons pobres" e "maus ricos", não condicionando inocentes ou culpados.
Rachel de Queiroz estreou na literatura brasileira com a publicação do livro O Quinze, seu primeiro romance, em 1930. Foi a primeira mulher a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. A obra, pouco tempo depois de ser publicada, foi alvo de críticas dos intelectuais e autoridades da época, visto que abordava a grande seca que ocorreu no nordeste brasileiro no ano de 1915. Dividida em dois planos a narração prende o leitor do começo ao fim. Rachel procurou sensibilizar o leitor descrevendo de forma crítica e, ao mesmo tempo, emocionante a triste realidade do povo nordestino que, assolado pela seca e a miséria social, é forçado a migrar da sua região de origem em busca de melhores condições de vida nos grandes centros urbanos. No primeiro plano