Documento
O legislador e o fora da lei
Novos documentos e escutas mostram a intensa troca de favores entre o senador Demóstenes Torres e o bicheiro Carlinhos Cachoeira – da saúde pública às licitações da Copa
MARCELO ROCHA, MURILO RAMOS E ANDREI MEIRELES inShare Enviar por e-mail | Imprimir | Comentários
O SENADOR O goiano Demóstenes Torres. Na gravação transcrita ao lado, ele pede ajuda ao bicheiro Carlinhos Cachoeira para que um amigo publicitário vença uma licitação da Copa em Mato Grosso (Foto: Anderson Schneider/Ed. Globo)
O SENADOR
O goiano Demóstenes Torres. Na gravação transcrita ao lado, ele pede ajuda ao bicheiro Carlinhos Cachoeira para que um amigo publicitário vença uma licitação da Copa em Mato Grosso
(Foto: Anderson Schneider/Ed. Globo) Qual é o papel de um líder? Conseguir que outros o sigam. Inspirar seus subordinados por meio de suas próprias ações. Servir de exemplo para as futuras conquistas de um corpo coletivo. O senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, liderava seu partido no Senado Federal. Suas palavras e atitudes, apoiadas num passado de credibilidade no mundo jurídico e como secretário da Segurança Pública de seu Estado, eram respeitadas na cena política nacional. Não mais. Documentos e escutas telefônicas revelados nas últimas semanas mostram que, em vez de representar seus mais de 2 milhões de eleitores, Demóstenes se concentrou em defender os interesses de um único cidadão brasileiro: o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Demóstenes fez lobby para Cachoeira no Congresso Nacional, na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e na Infraero, empresa responsável pela infraestrutura dos aeroportos do país. Uma transcrição obtida com exclusividade por ÉPOCA mostra que Demóstenes também pedia favores a Cachoeira. Ele queria que o bicheiro, influente no Centro-Oeste, ajudasse a agência de publicidade de um amigo a conseguir