Documentario - Políticas de saude no Brasil - resenha
Síntese
Através de uma narrativa que mistura seriedade e bom humor, o documentário relata o processo histórico de implementação das políticas de seguridade no Brasil, abordando principalmente aquelas que se referem à saúde pública.
O acesso à saúde no Brasil era uma questão de privilégios: aqueles que possuíam dinheiro pagavam por seus médicos e medicamentos; às camadas mais pobres restavam as benzedeiras e a caridade. Essa caridade era realizada por mulheres cristãs, que tinham o dever de “levar caridade aos pobres, atendendo-os na doença” ² e também por hospitais filantrópicos mantidos pela igreja.
No início do século XX, as epidemias de doenças como a cólera, febre amarela, varíola e malária interferiam diretamente na economia do país, pois os navios que traziam imigrantes, considerados como mão de obra essencial na indústria e no cultivo
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¹ Ministério da Saúde; Organização Pan-Americana de Saúde; UFF; Fundação Euclides Cunha. Disponível em
² Idem do café, não aportavam nas costas de cidades brasileiras onde as epidemias estivessem espalhadas. Percebeu-se então a necessidade de investir em saneamento básico e em políticas de erradicação dessas epidemias. Com a nomeação de Osvaldo Cruz para a diretoria de saúde, inicia-se uma campanha ostensiva de combate às doenças. Os tratamentos eram compulsórios e aqueles que se recusassem a recebê-los eram tratados como criminosos, postura que culminou em revoltas, como a emblemática Revolta da Vacina, reprimida violentamente. A questão da saúde, antes tratada com descaso pelo Estado, era agora tratada como caso de polícia. No documentário, a fala que se referia à necessidade de limpar o centro do Rio de Janeiro dos pobres e dos cortiços condiz com a teoria dos miasmas, que, segundo CARVALHO e BUSS (2012: 143), “atribuía à insalubridade (pestilências) de ambientes físicos a origem dos fenômenos de contágio