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Nasceu em 19 de Julho de 1885, na pequena localidade de Cabanas de Viriato, perto de Mangualde (Portugal). Estudou Direito em Coimbra, licenciando-se em 1907.
A 12 de Maio de 1910, foi nomeado cônsul de 2ª classe na Guiana Britânica, passando depois a exercer funções em Zamzibar, onde ganhou muito prestígio. Em 1918, em plena ditadura de Sidónio Pais, foi promovido a cônsul de 1ª classe. Devido à sua simpatia pela causa monárquica ficou inativo de 1919 até 1921, altura em que foi convidado a dirigir o consulado em S. Francisco.
Com o golpe de Estado de 28 de Maio de 1926, Sousa Mendes foi nomeado cônsul em Vigo. Apoiando e servindo desde o seu início o regime ditatorial, recebeu várias vezes louvores de Salazar. Todavia, com o afastamento do irmão do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, Sousa Mendes ficou revoltado com o Governo.
De 1931 a 1938 foi cônsul em Antuérpia, sendo então transferido para Bordéus. À medida que crescia na Europa o Nazismo, crescia também o número de refugiados, sobretudo judeus. Muitos deles foram para Bordéus, então sob o governo de Vichy. Aí, Sousa Mendes concedeu milhares de vistos a judeus que procuravam escapar ao extermínio nazi. Esta atitude desagradou muito a Salazar, que o destituiu em 1940. Sousa Mendes ainda apelou para o Supremo Tribunal Administrativo e para a Assembleia Nacional, mas de nada lhe valeu. Em Bordéus, porém, foi-lhe erguida uma estátua.
Aristides de Sousa Mendes acabou por morrer em 1954, com imensas dificuldades financeiras. Em 1987, o presidente da República Mário Soares conferiu-lhe, a título póstumo, a Ordem da Liberdade. Em 1989, a Assembleia da República reparou a grave injustiça que lhe fora cometida, reintegrando-o no serviço diplomático por unanimidade e aclamação.