Docentes ou Donas de Casa?: as diversidades de modos de vida
Pretendemos analisar a questão da desigualdade entre os gêneros no mercado de trabalho. Para isso, consideramos fundamental definir o que é gênero, que segundo a geógrafa Joseli Maria Silva é um “conjunto de ideias que uma cultura constrói do que é “ser mulher” e “ser homem” e tal conjunto é resultado de lutas sociais na vivência cotidiana (2003, p.36).” Desde a antiguidade até a época moderna há uma hierarquização na importância do trabalho realizado por homens e mulheres. Durante a pré-história, ocorreu a divisão sexual de tarefas, por condições biológicas, que mais tarde conduziu comportamentos sociais. Esta ocorreu de forma que a mulher era mais presente no espaço doméstico (cuidando da prole e da agricultura) enquanto ao homem era atribuído os trabalhos externos ao ambiente doméstico (caça, guerra, etc). Dessa maneira, o homem foi construindo a vida pública (leis, ciência, construções civis, etc), enquanto a mulher realizava tarefas que mantinham a sobrevivência da família. Ao longo da história, criou-se uma moral (construída por homens) de que o trabalho remunerado (esfera pública) é superior e mais valorizado em relação ao trabalho doméstico, não remunerado e não considerado como social. Porém, a sociedade foi necessitando da mão de obra feminina, principalmente após a Revolução Industrial, pois a produção precisava aumentar sem que os lucros diminuíssem. A mulher foi inserida neste contexto em condições inferiores à do homem, tanto de trabalho quanto de salário, inclusive não deixando de realizar a sua jornada de trabalho doméstico, o que a fazia ser mais explorada. Diante desta situação, as mulheres passaram a se organizar na busca de transformar esse quadro. Algumas conquistas foram alcançadas ao longo do tempo pelo Movimento Feminista, como por exemplo, o direito ao voto e a candidatura, o uso de métodos anticoncepcionais, a possibilidade de divorciar-se legalmente, a licença maternidade, entre outras. Porém, nota-se as