DOCENTE
MESTRES OU CIENTISTAS?∗
BAZZO, Vera Lúcia-UFSC-vbazzo@ced.ufsc.br
EIXO: Educação Superior/n.04
AGÊNCIA FINANCIADORA: Sem financiamento
Resumo
O presente trabalho discute um aspecto da carreira docente relacionado à sempre presente ambigüidade que acompanha a identidade do professor universitário: sou mestre ou cientista? Trata, pois da indissociabilidade entre ensino e pesquisa, relação que perpassa toda a carreira docente, verificando a possibilidade de tais atividades serem executadas sempre e por todos, sem uma formação que se preocupe com a especificidade de cada uma. Resultado de pesquisa de campo, desenvolvida em um estudo mais amplo, analisa e discute o que disseram os sujeitos entrevistados a respeito do papel da pesquisa e da docência na constituição de sua profissionalidade. A maioria dos entrevistados conclui que dedicam muito mais tempo de trabalho às investigações, restando ao ensino as poucas horas obrigatórias da grade curricular. Embora reconhecendo a necessidade de articulação entre as atividades de ensino e de pesquisa, concebem o pesquisador e o professor como entes separados. Os cursos de pós-graduação, especificamente os de doutorado, ao lado da declarada dedicação à pesquisa e à produção acadêmico-científica foram apontados como os principais agentes “formadores”, ocupando posição de destaque nesse processo, seja pela exigência desse nível de formação para ingresso na carreira, seja pela sua incapacidade de formar para a docência. Sugere, pois, que a superação da dicotomia mestre/cientista na formação do professor universitário ocorrerá na medida em que se considerar a docência uma prática social que, além de formar profissionais, tenha como responsabilidade preparar as novas gerações para a continuidade do processo civilizatório. Palavras-chave:
Educação Superior, ensino universitário, pesquisa profissionalidade docente, formação pedagógica.
e
ensino,