doação de orgãos
Josemberg Marins Campos
Coordenador da Central de Transplantes - PE
1. Introdução.
Até o momento, a doação de órgãos e tecidos tem sido fundamental para a viabilidade dos transplantes, cujo termo começou a ser definido no século XVIII, após os experimentos de John Hunter, que utilizava enxertos ovarianos e testiculares em animais. No século seguinte, os estudos sobre transplantes de tecidos predominaram devido à grande complexidade dos procedimentos envolvendo órgãos, os quais começaram a ter aplicação clínica no início do século XX. Todavia, a dificuldade na obtenção de órgãos humanos estimulou a utilização de órgãos de outras espécies (xenotransplante), o qual teve pouco sucesso, assim como o primeiro transplante renal entre indivíduos da mesma espécie (alotransplante), cujo órgão foi retirado de um homem, seis horas após a parada cardíaca, em 1933.
Na década de 50, após a realização de vários alotransplantes com resultados ruins devido à rejeição, a descoberta dos antígenos de histocompatibilidade (HLA – Human Leukocyte Antigen) permitiu a execução bem sucedida de transplante renal em gêmeos com HLA idêntico. A partir da década de 60, o crescente conhecimento da imunologia associado ao surgimento das drogas imunossupressoras definiu a nova era dos transplantes, que tem como fundamento o controle da rejeição, o que vem determinando o sucesso dos transplantes de rim, coração, pulmão, medula óssea, pâncreas e fígado.
Apesar desses avanços, ainda há baixo número de transplantes no Brasil, considerando o grande potencial de doadores de múltiplos órgãos, principalmente nos hospitais de emergência, sendo a maioria vítima de trauma ou acidente vascular cerebral, que desenvolve morte encefálica e necessita de uma infra-estrutura mínima para que ocorra a doação efetiva dos órgãos e tecidos. Assim, é fundamental a criação de protocolo contendo todas as etapas da logística da doação de órgãos.
2. Logística do Processo Doação-transplante. O