Do teatro da memória ao laboratório da História: a exposição museológica e o conhecimento histórico.
Ulpiano T. Bezerra de Meneses
O texto apresenta as condições de produção e apropriação do conhecimento histórico a partir do momento em que o museu deixa de aceitar como seus objetivos a evocação ou celebração do passado. Alguns princípios são examinados na concepção dos conceitos da cultura material: o papel insubstituível das coleções e a necessidade de definir problemas históricos como balizas; a construção social do objeto histórico, diversa da construção epistemológica do documento histórico; a retórica da exposição museológica e o uso fetichista, metonímico e metafórico dos objetos, etc. A encenação histórica, a contextualização museológica, as instalações, etc., são criticamente analisadas pelo autor, indicando seus benefícios, riscos e danos. Consideram-se ainda as implicações da História como um processo cognitivo discursivo, ressaltando a necessidade de fixar responsabilidades metodológicas para os museus históricos.
No texto, a conceituação, que poderia ter sido mais ressaltada, diferencia dois sentidos de significação ou, melhor dizendo, dois campos semânticos. O primeiro é o de uma taxonomia corrente que parte da natureza dos objetos do acervo. Museu histórico seria, então, aquele que opera objetos históricos. O segundo campo semântico é o de uma taxonomia que leva em conta os problemas históricos como determinantes, seja da constituição dos acervos, ou seja, de quaisquer operações seguintes aos do museu. A convivência dessas duas vertentes é possível e o autor declara abertamente sua preferência pela segunda modalidade acreditando que ela poderia hierarquicamente beneficiar a outra.
Ulpiano afirma que o museu é lugar de sonho, do devaneio, do lúdico, da