Do Padrão do Gosto - David Hume
Em uma análise geral do texto, nota-se que Hume procura mostrar como os padrões tradicionais influenciam no comportamento e no gosto e explicar a experiência moral e estética do ser humano. Segundo ele, a grande diversidade de gostos é algo bastante óbvio até mesmo aos de pouco conhecimento e menos atentos, pois pode ser facilmente notada inclusive entre pessoas de mesmo contexto social e torna-se maior à medida em que se observa lugares e tempos distintos. Mesmo que muitas vezes se possa notar certa unanimidade dos autores em geral em relação a alguns valores morais, não se pode somente com isso dizer que há alguma convergência a um padrão estético. Essa aparente harmonia moral, segundo o autor, pode advir da razão ou estar ligada a própria linguagem, o que, no entanto, difere muitas vezes como reflexo do contexto social. Todavia, a tentativa de conciliar as opiniões dos homens e encontrar um padrão de gosto torna-se falha, pois sentimento e entendimento diferem entre si. O sentimento, para Hume, está sempre correto, pois ele não se refere a nenhuma coisa além de si mesmo, sendo portanto real. Já o entendimento depende de elementos externos a si mesmo para ser confirmado como real. De acordo com Hume, ao se observar um objeto, diversos sentimentos podem ser despertados, mas todos são verdadeiros, pois são autoexplicativos e não são inerentes ao abjeto, ou seja, a beleza não é qualidade do próprio objeto, mas está no espírito de quem o contempla.
Para Hume o fundamento da composição artística é a experiência, portanto não pode ser confundida com uma conclusão abstrata do entendimento, pois os argumentos não são tão completos quanto a própria experimentação já que as ideias são cópias das impressões. Não obstante, a prática é fundamental para o exercício da arte e apreensão da beleza, pois somente assim se desenvolve a sensibilidade de gosto. O ceticismo de Hume vai além, ao afirmar que mesmo a experiência pode ser influenciável,