do lar
Gangolf Hübinger
Tradução de Paulo Astor Soethe
Às portas do século xx, as nações ocidentais definitivamente se transformaram em sociedades industriais. Isso, por sua vez, conduziu em toda parte a um aumento da auto-observação científica. Não foi diferente o que se deu na Inglaterra, nos Estados Unidos ou na França. No Império alemão, Max
Weber foi um ator proeminente em meio a esse processo1. Como um contemporâneo politicamente engajado, experienciou a grande transformação da sociedade burguesa de elites em uma cultura democrática de massas, o que ele mesmo denomina, em determinado momento, a “democratização ativa de massas” (mwg i/15, p. 538). Weber esteve entre os observadores mais sensíveis desse processo. Percebeu neste novas perspectivas históricas e definiu-o com métodos inovadores para as ciências sociais.
Quando o Império alemão surgiu, em 1871, e buscou ocupar seu lugar entre as potências mundiais europeias, Weber estava para completar a idade de 7 anos. Sua formação na capital Berlim foi marcada pelo ambiente político do pai, como deputado nacional-liberal na Câmara de Deputados prussiana e no Parlamento do Império, o Reichstag. Não foi menor a influência que exerceu sobre ele, no entanto, o engajamento da mãe em favor de reformas sociais. Também os parentes do lado materno contribuíram para sua formação, segundo o mundo de valores do liberalismo e protestantismo característicos do Sudoeste alemão.
Weber obteve formação acadêmica como jurista, o que fez dele, para o resto da vida, alguém conceitualmente muito rigoroso. Como docente uni-
Vol24n1Final.indd 119
1. A base deste artigo é a conferência que proferi na Academia
Bávara de Ciências, durante meu estágio de pesquisa no Historisches Kolleg de Munique, no ano acadêmico de 2010-2011.
03/09/2012 08:59:59
Max Weber e a história cultural da modernidade, pp. 119-136
2. Sobre a teoria histórica da modernidade, ver