do autoritarismo à democracia
1. Portugal havia sido, até meados do século XX, um país maioritariamente rural, no qual a agricultura era um dos grandes sustentáculos da sua economia e de onde provinha cerca de 1/3 da riqueza nacional.
Porém, durante o período do Estado Novo, Portugal deixou de ser um país agrícola: a guerra reforçou a autarcia e o proteccionismo bem como a importância da industrialização, uma vez que se defendia que a modernização da agricultura viria de arrasto do desenvolvimento das indústrias.
Na verdade, existiram alguns projectos de reestruturação fundiária e de modernização das técnicas agrícolas, porém eram defendidos por um grupo minoritário, uma vez que o investimento público e privado era bastante reduzido.
A política salazarista defendia a autarcia e a autosuficiência do país, porém Portugal estava longe de conseguir atingir o seu objetivo, sendo que a população vivia, cada vez mais, na miséria. Portugal não produzia o suficiente para alimentar a população portuguesa. A dependência da importação dos bens vinha a aumentar, sendo que entre 1950-1970, a taxa média das importações agrícolas cresceu cerca de 7,1% (documento 168).
Assim, com o insucesso das propostas reformadoras, assistiu-se ao declínio da agricultura na economia e na sociedade: o desemprego no sector primário era cada vez mais evidente em favor da indústria e dos serviços levando ao êxodo rural por parte da população portuguesa e até, em alguns casos, conduzindo à emigração.
Face à estagnação do mundo rural, Portugal investiu no sector industrial e, consequentemente, no sector terciário que revelaram um significativo crescimento neste período. Após a 2ª Guerra Mundial, o governo português apostou na industrialização do país: criou novas indústrias, reorganizou as existentes e importou bens alimentares, matérias-primas e equipamento para desenvolver seu programa industrial.
De modo a planear a economia portuguesa,