Do amor à verdade e da morte injusta de um vagabundo loquaz

TRABALHO SOBRE O FILME “SÓCRATES”.

DO AMOR À VERDADE E DA MORTE INJUSTA DE UM VAGABUNDO LOQUAZ

“Com direção do mestre italiano Roberto Rossellini (Roma, Cidade Aberta), esta superprodução européia é a cinebiografia de Sócrates (470 - 333 a.C.), um dos maiores filósofos da Humanidade. Este DVD traz ainda um revelador depoimento de Roberto Bolzani, professor de Filosofia (USP) e especialista em filosofia socrática. Rossellini mostra o final da vida de Sócrates, em especial seu julgamento e sua condenação à morte, com destaque para os célebres diálogos socráticos: "Apologia", discurso de defesa do filósofo; "Críton", em que um dos seus discípulos tenta convencê-lo a fugir da prisão; e "Fédon", com seus últimos ensinamentos antes de tomar a cicuta. Inédito no Brasil, Sócrates é mais uma aula de cinema de Rossellini e um programa obrigatório para os interessados em Filosofia.” Num tempo em que predominada a oralidade no ensino e o domínio da retórica era um instrumento de ascensão social, Sócrates, após ter recebido do oráculo de Delfos a revelação de que era o mais sábio dos homens - logo ele, filho de um artesão e de uma parteira; Logo ele, convicto de sua ignorância, dedicou grande parte de sua vida a examinar aqueles que considerava detentores de algum saber. Sua missão por muitos anos foi dialogar com as pessoas e, em incansáveis questionamentos, levá-las a perceber sua própria ignorância, buscando com isso descobrir o real significado das coisas, para além das aparências com as quais elas se revestiam. Afastou-se da vida pública discordando das opiniões estabelecidas, dos preconceitos de sua sociedade e das crenças indiscutidas de seus conterrâneos. Com seu jeito excêntrico e desapegado de vaidades, colocava-se como desbravador das capacidades intelectivas. Com seus pés descalços, “diante de qualquer forma de governo e de qualquer autoridade constituída, prestava primeiro obediência aos ditames de sua própria consciência” (Coleção Pensadores, pág. 16). Ao