Diário de Bordo

31 de Novembro de 1807
Hoje, alguns dias depois de ter embarcado, eu escrevo um relato da minha partida de Lisboa, para o Brasil. Eu e meus companheiros estamos a caminho do Rio de Janeiro.
Estou deixando minha esposa e meus dois filhos, minha pequena família ficou em Lisboa, a minha espera e temos esperanças de que voltarei para ver meus filhos crescerem.
O início dessa longa jornada começou em agosto, Dom João depois de muitas discussões, decidiu realmente partir levando a Família Real Portuguesa, a Corte e Capital. Não foi uma tarefa muito fácil cumprir a todas as exigências da Família Real, eu como um simples serviçal entre dezenas nessa embarcação tive muito trabalho, mas finalmente estamos a caminho.
Alguns boatos de que o Exército Francês iria invadir Portugal nos forçou a correr cada dia mais e aceitar todas as ordens de Dom João e isso nos deixou espantados, por saber que a cada dia que passar teremos mais trabalho e nada de descanso. O tumulto foi grande quando iniciou o embarque da população, pois eles, como eu nunca tinham entrado em um navio, não sabiam o que levar o que deixar muitos não conseguiram embarcar e ficaram em Portugal, foi um pedido meu talvez o último pedido, que minha família ficasse e não acompanhasse aquilo que seria assustador para os meus filhos.
Depois de todos terrem embarcado, veio mais um problema pela frente, mas esse nós não tínhamos como resolver, os ventos começaram a virar e a chuva começou, dificultando nossa partida.
Na noite do dia 28 o vento mudou de direção e na madrugada do dia 29 as naus começaram os preparativos finais para a viagem.
03 de Dezembro de 1807
Ontem com mais uma mudança da direção do vento, foi possível alterar o rumo. No começo da tarde de hoje atravessamos Lisboa e seguimos em direção à Ilha da Madeira.
Fomos informados de que uma contagem havia sido feita e éramos ao total 57 velas, sendo 18 de guerra portuguesas, 13 britânicas e 26 mercantes.
05 de Dezembro de 1807
Hoje e como desde o