Diálogo de gigantes: entre a obra e o espaço
“A obra de arte não é simplesmente um “objeto” colocado perante nossos olhos. É também o diálogo que começa quando encontramos a chave de algumas das tantas portas que ela contém”.
Corpo-a-corpo/ Da coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo (obras comentadas). Andrés Hernández.
Não há nada definido, nenhum caminho certo, apenas o por vir como perspectiva futura. Tal perspectiva será nosso ponto de partida para tentar compreender o processo de elaboração de um projeto curatorial para um salão de arte, posto que é preciso ter em mente que anterior ao conceito pré-estabelecido ou tendência prévia da comissão, temos, neste caso, a qualidade do indefinido como a questão predominante e permanente em um processo deste gênero. Estabelecida esta questão, segue a subsequente, que é o diálogo intrínseco que traz cada obra ali apresentada. Neste caso, cabe ao curador ou a esta comissão, escutar, ler e a partir deste ponto apontar conexões neste discurso. Todavia, sem incorrer em “unir os semelhantes” numa frequente generalização de conjunto. Afinal, não podemos perder de vista que, organizar este tipo de coletiva é, sobretudo, tentar encontrar uma voz ou um conjunto de vozes que represente não cada uma, mas sim, uma ideia maior, consequência de todas elas.
Podemos dizer então que, enquanto processo de elaboração, uma curadoria de salão é “uma obra em aberto” posto que ela se constrói a partir do que está posto, é circunstancial e se define somente a partir de uma prévia seletiva. Cabe ao curador tecer a rede que permeia tais discursos dissonantes, transformando estes em um diálogo. O que não significa uma concordância linear de tendências estéticas ou conceituais, eis a questão pouco compreendida no que se refere a curadorias pensadas para mostras coletivas provindas de uma seleção que implica