Influenciada por fundamentos da teoria ambientalista proposta por Florence Nightingale, Ana Néri, estabeleceu no campo de batalha, na Guerra do Paraguai, essenciais práticas de controle ambiental, do qual a precária condição dos feridos demonstrava um lugar de grande debilidade. Num ambiente dilacerado pela guerra, a utilização de processos para oferecer um espaço saudável e mudar a ideia de um local mórbido em que é comum ocorrerem muitas mortes, a enfermeira brasileira, introduziu práticas como a ventilação, iluminação, calor, barulho e as emanações (cheiros), que conforme Julia B. George, “a ventilação, é de importância fundamental. A iluminação refere-se a luz do sol. O calor, o barulho e as emanações são vistos como áreas a que deve ser dispensada atenção, para que seja proporcionado um ambiente positivo”. No lugar considerado como reabilitação dos feridos, era na verdade um local moribundo, do qual se encontrava à morte. Mas com as técnicas inovadoras de Ana Néri, aos poucos foi mudando essa situação hostil. De início não foi fácil. Buscar inovar regras é de fato buscar conflitos, na tensão entre o novo e o velho. Entretanto, na tentativa do cuidar, emerge a afetividade que vai de encontro à razão. Portanto, segundo Leonardo Boff, “a experiência de base não é “penso, logo existo”, mas “sinto, logo existo”. Na raiz de tudo não está a razão, mas a paixão”. E foi desta forma, impulsionada pela paixão que nasceu sua ética, do qual o cuidado, a vida, o trabalho, as relações cooperativas, se solidarizou e se compadeceu diante dos