Diversos
1. Objetivos
Em 1927, Bronislaw Malinowski publica “Sexo e Repressão na Sociedade Selvagem”. Nesta obra, o antropólogo analisa criticamente a universalização dos complexos psíquicos proposta por Sigmund Freud, em especial a do chamado Complexo de Édipo. Suas críticas consistem na relevância dos aspectos sociológicos da teoria psicanalítica, e são fundamentais para uma discussão acerca da aplicabilidade desta sob contextos sociais diferentes daqueles dos quais ela se originou. Para tanto, o autor apóia-se em suas observações da sociedade matrilinear das ilhas Trobriand, onde se observam supostos entraves para o desenvolvimento do Complexo, como a ignorância da paternidade física e a transferência da função repressiva do pai biológico ao tio materno, então tutor da criança. Tal publicação marcou o início de um extenso debate (que ainda persiste atualmente) entre intelectuais que enfatizam a invariabilidade do padrão edípico em relação aos fatores sócioculturais, e aqueles que, seguindo os preceitos da antropologia, enfatizam as determinações sociais de certas manifestações ditas “inconscientes”. O objetivo do trabalho é analisar a construção desde debate (a partir da citada obra de Malinowski), os fundamentos das críticas lançadas por ambos os lados, e como elas podem (ou não) convergir para o surgimento de abordagens interdisciplinares sobre tais temas.
recentes publicados sobre a temática (autores como Spiro e Leach), ressaltando sempre o que nelas há de resposta e/ou adesões, parciais ou íntegras, às teses malinowskianas.
3. Resultados e Discussão
Malinowski havia, no entanto, admitido que a “tensão edípica” poderia existir, entre os trobriandeses, na relação entre o sujeito e seu tio materno. Spiro nega esta possibilidade, afirmando que é o monopólio sexual sobre a figura materna que promove esta tensão,