diversos
Maria Carmelita Yazbek
A autora traz um debate acerca da pobreza e da exclusão social como algumas das resultantes da questão social que permeiam a vida das classes subalternas da sociedade brasileira, com as quais o profissional do serviço social se defronta na sua intervenção. A análise também engloba uma reflexão sobre o precário sistema de proteção social público no país no contexto da crise mais global com que se defrontam as políticas públicas na contemporaneidade.
Tendo em vista que o objeto de intervenção do assistente social é a questão social, esta se reformula e se redefine, mas permanece a mesma por se tratar de uma questão estrutural, que não se resolve numa formação econômica social por natureza excludente. Segundo Yazbek, a questão social assume novas configurações e expressões entre as quais: as transformações das relações de trabalho; a perda dos padrões de proteção social dos trabalhadores e dos setores mais vulneráveis que veem suas conquistas e direitos ameaçados.
A condição de pobreza, exclusão e subalternidade vem aumentando continuamente, sobretudo a partir dos anos 90. Diante disso, a subalternidade diz respeito à ausência de protagonismo, de poder, expressando a dominação e a exploração. Essas três categorias respectivamente configuram-se, pois como indicadores de uma forma de inserção na vida social, de uma condição de classe e de outras condições da desigualdade (como gênero, etnia, procedência etc.). Elas são produtos das relações vigentes na sociedade que produzem e reproduzem a desigualdade no plano social, econômica, político e cultural.
A pobreza está relacionada com o descarte de mão de obra barata, que faz parte da expansão capitalista. Expansão que cria uma população sobrante, que implica na disseminação do desemprego de longa duração, do trabalho precário, instável e trabalho informal. Isto em um contexto de subalternização do trabalho à ordem do