diversos
O psicólogo americano Howard Gardner deu um passo adiante na compreensão da inteligência humana ao concluir, com base em duas décadas de estudos, que a mente é composta de múltiplas capacidades independentes entre si. Ele descreveu cientificamente oito tipos de inteligência: a lingüística e a lógica (medidas em testes de QI), além da espacial, musical, corporal, naturalista (a habilidade de compreender os fenômenos naturais), intrapessoal
(a de reconhecer os próprios defeitos e qualidades -- e tomar decisões com base neles) e interpessoal (a de interpretar as intenções alheias e exercer a liderança). A teoria de Gardner, que na década de 90 passou a influenciar acadêmicos e educadores, teve o mérito de subverter a visão de que a humanidade se divide basicamente entre seres iluminados e aqueles desprovidos de inteligência. Diz o psicólogo: "Há infinitas nuances. Pablo
Picasso foi um gênio da pintura, mas era péssimo aluno". Aos 64 anos, professor da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e autor de vinte livros sobre o assunto, Gardner tem viajado o mundo para proferir palestras nas quais fala sobre genialidade, liderança e sala de aula. Ele concedeu a seguinte entrevista a VEJA.
Veja
–
Há
pessoas
menos
inteligentes
do
que
outras?
Gardner – Cada um tem uma mistura singular dos vários tipos de inteligência, o que torna a questão bem mais complexa do que dividir a humanidade entre burros e inteligentes. A observação científica mostra que o mundo está cheio de gente que se destaca no pensamento lógico, mas não tem inteligência suficiente para expressar uma idéia com começo, meio e fim. Ou de pessoas que são brilhantes ao filosofar sobre as grandes questões do mundo moderno e não têm nenhum traquejo para executar exercícios físicos de jardim-de-infância. Conclusão: a maioria das pessoas é, ao mesmo tempo, inteligente para algumas áreas do conhecimento e limitada para outras. Estou me