Diversos rostos da infancia e suas respecivas foramas de educaçao

674 palavras 3 páginas
A imaginação e a infância
Aurélia Regina de Souza Honorato
ESCONDERIJOS - A criança que se posta atrás do reposteiro se transforma em algo flutuante e branco, num espectro. A mesa sob a qual se acocora é transformada no ídolo de madeira do templo, cujas colunas são as quatro pernas talhadas. E atrás de uma porta, a criança é a própria porta; é como se a tivesse vestido com um disfarce pesado e, como bruxo vai enfeitiçar a todos que entrarem desavisadamente. Por nada nesse mundo podia ser descoberta. Se faz caretas, lhe dizem que é só o relógio bater e seu rosto vai ficar deformado daquele jeito. O que havia de verdadeiro nisso pude vivenciar em meus esconderijos. Quem me descobrisse era capaz de me fazer petrificar como um ídolo debaixo da mesa, de me urdir para sempre às cortinas como um fantasma, de me encantar por toda a vida como uma pesada porta.
Walter Benjamin.
Os diversos aspectos sobre a criança que aparecem nas diferentes produções artísticas mostram que a imaginação é um lugar de memória. É um lugar de ação. Será que “este lugar” está sendo considerado na sociedade, na escola, na família, como significativo para o desenvolvimento infantil?
O homem, em sua atividade criadora, possui em seu cérebro dois tipos básicos de impulso: o reprodutor (conservador) e o criador (adaptador). Quando recordamos de um lugar que já visitamos, de lembranças vividas, quando desenhamos ou escrevemos algo, estamos reproduzindo o que temos diante de nós ou que elaboramos ou assimilamos antes. Vygotsky
(2003) chama a esta capacidade do cérebro de plasticidade – conservação e adaptação – tudo é memória. Segundo o autor, o impulso da reprodução demonstra a importância que tem, para o homem, a vivência de sua experiência exterior e em que medida isto o ajuda a conhecer o mundo que o rodeia, criando e fomentando hábitos permanentes que se repetem em circunstâncias idênticas – “...o mesmo ocorre com o rastro que deixa a roda sobre a terra
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