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Na última década a economia de Angola “quase” se diversificou. Foram várias as notícias que deram a diversificação como um dado, principalmente na sequência da queda do peso do sector petrolífero no PIB real. Efectivamente, o peso deste sector passou de níveis em torno de 70% para 35%. O foco neste indicador (estrutura do PIB real) para avaliar o processo de diversificação da economia constitui a primeira grande falácia na qual grande parte de economistas e políticos foram vítimas.
A produção nominal de petróleo (produção “vezes” preço) é tão relevante quanto a produção real de bananas ou habitações. Ignorar o preço do petróleo na avaliação do processo de diversificação foi um erro teórico e prático importante. Hoje, este erro ficou evidente quando, a economia é fortemente afectada pela variação do preço de um sector que (supostamente) representa apenas 35% do produto.
A diversificação de economia como factor preponderante para o desenvolvimento económico de Angola
Outro factor que contribuiu para a “crença” na diversificação da economia foi o visível aumento do nível de actividade económica, com a significativa expansão dos sectores imobiliário, financeiro e do comércio. O facto é que o crescimento da importância do sector petrolífero na economia, que também ocorreu na última década, foi imperceptível aos nossos olhos. A expansão da produção ocorre no mar, longe dos olhos da maioria dos analistas (mesmo para quem está no mar, nada mais vê se não toneladas de tubos e ferros, pouco correlacionado com o volume da produção) e o preço do petróleo ocorre nos ecrãs de computadores e canais de televisão que acompanham os mercados financeiros e de derivados de mercadorias. A consequência é uma falsa ideia de expansão da importância relativa da economia não-petrolífera.
Por fim, a “quase” diversificação da economia está ligada a uma ideia (que, infelizmente, continua forte) de que a diversificação é uma política económica que o Governo pode activar