Diversidade de grilos
Marcelo Ribeiro Pereira1,2, Luiz G. S. Soares1, Sabrina S.P.Almeida1, Carlos Frankl Sperber1 & Júlio N. C Louzada3
Laboratório de Orthopterologia - DBG - UFV; PPG- Entomologia - DBA - UFV; 3Laboratório de Ecologia - DB – UFLA.
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INTRODUÇÃO
No Brasil, as espécies do gênero Eucalyptus ocupam uma área plantada de cerca de 2.9 milhões ha, e sua introdução em maior escala surgiu com a Lei dos Incentivos Fiscais, em 1965 (STCP/ INDUFOR, 1998), objetivando-se principalmente a obtenção de madeira para a produção de celulose e carvão. Embora haja o argumento de que o plantio de Eucalyptus seja um “reflorestamento”, e assim uma forma de recuperação de áreas degradadas, a diversidade de insetos nestas plantações é inferior à vegetação nativa (Zanúncio et al. 1998), uma vez que está diretamente relacionada com a diversidade de plantas (Andow 1991). Além da baixa diversidade vegetal, plantações de Eucalyptus tornam o ambiente mais homogêneo, o que pode reduzir ainda mais a diversidade de insetos. Por outro lado, ao se implantar um cultivo dentro de um hábitat nativo, pode-se estar aumentando a diversidade de hábitats, particularmente na região de ecótone, entre a plantação e o hábitat nativo. No ecótone poderia haver uma maior diversidade do que no interior de cada um dos hábitats adjacentes, pela sobreposição de faunas específicas (Fagan et al. 1999). Dentre os ortópteros que habitam a serapilheira das florestas, os grilos são os mais comumente encontrados; apresentando uma grande diversidade em regiões neotropicais (Desutter, 1990). Neste trabalho testamos utilizamos estes insetos para testar as hipóteses de que: (i) a diversidade de grilos é maior na área de mata nativa que na área de plantação de eucalipto; (ii) com o aumento da distância em relação à borda há uma diminuição na diversidade de grilos, e (iii) a diversidade de grilos é afetada por