Diversidade cultural, ética e ações empresariais
Deu no Medscape. Um novo estudo mostra que câmeras de vigilância são um meio bastante eficaz de fazer com que médicos e enfermeiros lavem suas mãos, uma medida elementar e fundamental de controle das infecções hospitalares, mas que é surpreendentemente pouco observada pelos profissionais de saúde.
Bruce Farber, do hospital da Universidade de North Shore, em Manhasset, Nova
York, e colaboradores instalaram o equivalente a US$ 50 mil em câmeras e sensores de movimento em todos os quartos e corredores da UTI de sua instituição. O equipamento apontava para todas as pias e higienizadores de mãos do local.
Uma equipe de "vigilantes" ficou encarregada de monitorar os passos de médicos e enfermeiras. Se eles lavassem as mãos imediatamente antes e depois de entrar em contato com um paciente, como recomendam todos os protocolos, ganhavam um "aprovado". Se deixassem de higienizá-las ou demorassem demais para fazê-lo, recebiam um "reprovado". Os resultados eram eletronicamente tabulados, e os profissionais tinham acesso imediato às taxas de aprovação de cada equipe.
Antes de médicos e enfermeiros começarem a receber "feedbacks" constantes, menos de 7% seguiam as regras de lavagem, como acusam os vídeos. O número saltou para 82% nas semanas que se seguiram ao início do programa e atingiu uma média de 88% um ano e meio depois.
O trabalho de Forbes, realizado entre 2008 e 2010, foi publicado "online" no dia
21 de novembro em "Clinical Infectious Diseases".
Trata-se, por certo, de um tremendo sucesso em termos de taxa de cumprimento, mas há dúvidas quanto à relação custo-benefício do sistema e se vale a pena estendê-lo para outras alas do hospital e mesmo para outras instituições. Para começar, o monitoramento não é barato. Mantê-lo por 24 horas diárias numa única UTI custou US$ 3.000 mensais, fora os US$ 50 mil em equipamentos. Outro ponto fraco é que a vigilância não afeta a qualidade da lavagem de mãos.
Não é impossível