O sentido e o significado atribuídos as ações nos levam a localizá-los dentro de um contexto e um tempo em que acontecem, necessidade esta, que nos reporta a ideia de cultura. De acordo com Geertz (1989, p. 56), partindo de uma perspectiva antropológica, “[...] a cultura é melhor vista não como complexos padrões concretos de comportamentos [...], mas como um conjunto de mecanismos de controle [...] para governar o comportamento”. Partindo desse conceito, entendemos a cultura escolar como expressão desse conjunto de mecanismos de controle da ação dos sujeitos dentro da instituição. Compartilhando essa ideia, Pérez Gómez (2001), traduz a cultura escolar como [...] o conjunto de significados e comportamentos que produzem a escola como instituição social, [...] os rituais e [inércias] que a escola estimula e se esforça em conservar e reproduzir, condicionam claramente o tipo de vida que nela se desenvolve e reforçam a vigência de valores, crenças e expectativas ligadas a vida social dos grupos que constituem a instituição escolar. A cultura escolar é uma das preocupações durante as discussões acerca da organização escolar, do currículo e do tratamento didático-pedagógico dado ao conteúdo. No entanto, considerando alguns acontecimentos na história da educação, dentre eles e de grande importância, o surgimento do paradigma científico, com suas bases afincadas no positivismo, a organização escolar acabou por criar uma cultura padronizada, disciplinadora dos sujeitos. Tradicionalmente a escola tem mantido o corpo sob controle em seu cotidiano, uma vez que, as suas diversas estratégias metodológicas regularmente apontam para o imobilismo, para a construção do conhecimento priorizando o aspecto cognitivo, pouco atento as expressões corporais e os movimentos construídos pelos alunos, que traduzem um conjunto acumulado de conhecimento e cultura. Candau (2000, p. 182) ao tratar dessa questão escreve que a escola, influenciada pela modernidade,