Divagações Cínicas
Paulo Sérgio Mansija Pinto
Prof. Dr. Pedro Moacyr Pérez da Silveira
O presente escrito mais do que a avaliação final para a disciplina de ética ambiental, nasce de um desafio a reflexão proposto pelo maestro Pedro Moacyr Pérez da Silveira. Nós alunos da disciplina deveríamos responder a seguinte indagação: Qual o fundamento da ética ambiental, da “militância ambiental” nos tempos hodiernos? Seria uma indignação, em tomada de consciência ambiental num processo civilizatório, pois estamos no seio da civilização contemporânea, em que há alteridade por todos os discursos, uma redefinição de amor ao próximo. Ou, seria uma posição de auto-salvação, pelo medo do desaparecimento, de fenecer a Terra, “eu” igualmente feneceria.
Em termos de pós-modernidade, o meio ambiente surge como uma nova “instituição”, e como tal é reconhecida, ao menos implicitamente em documentos legais. Dessa forma, o meio ambiente é, sobretudo, uma realidade dinâmica mutante, holística e sistêmica. Ele, é um objeto de ciências teóricas e técnicas aplicadas, é realidade interdisciplinar e mesmo transdisciplinar que desafia abertamente qualquer competência exclusiva, seja científica de investigação, seja normativa de usos e costumes. O meio ambiente é um fato real, múltiplo e constantemente renovado, de modo que nunca será esgotado em suas diversas análises.
Definido nosso objeto de apreciação, passamos ao âmago da questão proposta. O ethos fluidificante a “La Bauman” da sociedade pós-moderna ocidental é perpassado por uma ética econômica de pseudo consciência, aqui denominada “mentalidade pequeno burguesa”; imediatismo; efemeridade vertiginosa das opiniões; substrato fluído da moralidade categórica imperante. Tais características redundam em reflexões cínicas e razões despersonalizadas, gumes da mesma faca apontada para o meio ambiente.
A razão que fundamenta nossa era é instrumentalizada e instrumentalizante, forjada por séculos de simonia