Ditaduras latino-americanas
A América Latina viveu, no início do século XX, uma onda nacionalista que alcançou pessoas de todas as camadas sociais. Essa onda teve início na México, após a revolução de 1910, de onde se espalhou pelo restante do continente.
Os nacionalistas rejeitavam a influência estrangeira e defendiam a valorização da cultura latino-americana em suas diversas manifestações – culinária, literatura, pintura, música, dança, etc. Também celebravam a mestiçagem de brancos, negros e índios que deu origem à população do continente.
No México, a tradição asteca, a história nacional e a cultura popular foram objeto da inspiração para diversos artistas, entre os quais os pintores Diego Rivera (1886-1957) e Frida Kahlo (1907-1954).
No Brasil, na década de 1920, muitos modernistas – tanto de esquerda, como Oswald de Andrade, quanto de direita, como Menotti del Picchia – passaram a exaltar as raízes nacionais e os tipos formadores de nossa nacionalidade, sobretudo o negro e o índio. Num segundo momento, já sob o governo de Getúlio Vargas (1930-1945), manifestações como o carnaval e a música popular foram oficialmente apresentadas no exterior como símbolos da cultura nacional.
A ascensão do populismo
A partir de 1929, com a quebra da Bolsa de nova York, os países capitalistas desenvolvidos, atingidos em cheio pela Grande Depressão, diminuíram drasticamente suas importações de produtos latino-americanos. Como resultado, os preços desses produtos despencaram no mercado internacional, trazendo a crise para a América Latina. O desemprego alastrou-se e as desigualdades sociais se agravaram.
A crise abalou a maior parte dos governos latino-americanos e uma onde de golpes de Estado se alastrou pela região. O Chile, por exemplo, chegou a ter nove presidentes entre julho de 1931 e outubro de 1982. Em vários países, ascenderam ao poder líderes carismáticos com um forte discurso nacionalista.
Os novos governantes criticavam as antigas elites oligárquicas, os